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Cruls, Gastão (1888 - 1959)

, Rio de Janeiro -
Cruls Gastão
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Filho do cientista belga Luís Cruls (autor de Planalto Central do Brasil), nasceu Gastão Cruls a 4 de maio de 1888, no antigo Observatório Astronômico do Morro do Castelo, de que seu pai foi diretor. Quando a família Cruls mudou-se para Petrópolis, foi matriculado no Ginásio Fluminense (onde seu paí era professor), onde estudou preparatórios de 1899 a 1902. Fiz faculdade de Medicina em Rio de Janeiro, formando se em Medicina em 1910, tendo se especializado em medicina sanitária.

Cruls Gastão A AMAZONIA MYSTERIOSAPor volta de 1914 ou 1915 começou a escrever os seus primeiros contos, alguns publicados sob o pseudônimo de Sérgio Espínola. Seu livro de estreai Coivara foi lançado em 1920 pelo editor Castilho. No segundo, também de contos, Ao embalo da rede, de 1923, Gastão Cruls aproveitou cenas que vivera na Paraíba do Norte, como membro da Comissão de Saneamento Rural enviada aquele Estado. A obra que lhe deu maior renome literário foi A Amazônia Misteriosa, de 1925, foi escrita sem que o romancista conhece essa região, baseado de numerosa e selecionada bibliografia. O livro foi inspirado no livro A Ilha do Dr. Moreau, de H. G. Wells, e ancorado em profundas leituras mitológicas e folclóricas sobre as amazonas, é importante para a ficção científica do Brasil, ganhou uma adaptação para histórias em quadrinhos e foi transformado em filme em 2005, com o título de Um Lobisomem na Amazônia.

Em 1928, acompanhou a expedição do General Rondon através a Amazônia aos limites do Brasil com a Guiana Holandesa, que resultou no livro A Amazônia que eu vi, de 1930, documentário de viagem sob a forma de diário. De 1931 a 1938, Gastão Cruls dirigiu o Boletim de Ariel, revista bibliográfica. Publicou em 1934 o romance Vertigem,em 1938 o livro de contos História puxa história, e em 1944 Hileia Amazônica. Em 1947, com o trabalho histórica Aparência do Rio de Janeiro, conquisto o Prêmio Vieira Fazenda. Deixou o cargo de médico sanitarista do Ministério da Educação e Saúde em 1939, quando foi nomeado Chefe da Divisão de Bibliotecas e Cinema Educativo da Prefeitura do Distrito Federal (em Rio de Janeiro).

Os últimos trabalhos literários de Gastão Cruls foram Antônio Torres e seus amigos de 1950 e o romance De pai a filho de 1954, que obteve o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, instituído pelo Pen Clube do Brasil.

Era também tradutor, entre outros, do livro Ciúme (francês) de René-Albert Guzman, A caminho da forca, de T.S. Matthews, Minha vida (inglês) de Isadora Duncan, Nijinsky, de Romola Nijinsky, Luxúria, de J. Kessel e As grandes expedições cientificas do século XX, de Charles Key.

Morreu em 5 de junho de 1959 no Rio de Janeiro. Foi homenageado com ruas com seu nome "Rua Gastão Cruls" em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e Aparecida de Goiânia - GO.

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Fonte: Nota da editora Livraria José Olympio no livro "A Amazônia misteriosa", 9° edição, 1973.