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van Vuchelen, Jeanne Odile (1933 - )

, Liège -
Van Vuchelen Jeanne Odile
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Jeanne Odile van Vuchelen (Liège, Bélgica 27/11/1933). Figurinista e cenógrafa. Belga de nascimento, transfere-se para o Brasil nos anos 60, emprestando seu espírito requintado na elaboração de figurinos - tem especial talento no tratamento dos tecidos - para produções de diretores consagrados do período, tais como Flávio Rangel, Antônio Abujamra e Ademar Guerra.

Freqüenta a École National Supérieure d'Art Decoratif de l'Abbaye de Cambre, Bruxelas, especializando-se em alta costura e figurinos teatrais, tendo como mestres, entre outros, o pintor Paul Delvaux. Conclui o curso realizando os figurinos de Orphée aux Enfers, para o grupo universitário da escola, em 1954.

Na seqüência, cuida de um empreendimento próprio, e realiza os figurinos de ritannicus, de Jean Racine, direção de Julien Bertheau para a Comédie Française, Paris, em 1956. Seguem-se trabalhos de consultoria e assessoria na área industrial da estampagem de tecidos, tapetes e decoração de interiores, arquitetura, arte e moda, intervindo esporádica e discretamente na área teatral.

Em 1965, casa-se com o cenógrafo Tulio Costa, italiano residente no Brasil desde 1948, transferindo-se para São Paulo, onde continua, em paralelo às atividades teatrais, a desenvolver projetos nas áreas de tecelagem, colorismo, tapeçaria, pintura, decoração de interiores e demais atividades correlatas.

Já é premiada em sua estreia no Brasil, com os figurinos para Hedda Gabler, de Henrik Ibsen, com direção de Walmor Chagas, 1964 e, a seguir, trabalha em O Outro André, 1965, duas produções da atriz Nydia Licia. A seguir realiza os figurinos para Oh, que Delícia de Guerra!, em 1966 e, no ano seguinte, para Marat-Sade, de Peter Weiss, duas encenações de Ademar Guerra. Falando de Rosas, de Frank D. Gilroy, com direção de Fauzi Arap e produção de Tônia Carrero, é um trabalho de 1969. No mesmo ano participa do musical antropofágico Hans Staden no País da Antropofagia, numa direção de Osmar Rodrigues Cruz.

Em 1970 está em As Alegres Comadres de Windsor, de William Shakespeare, produção do Teatro Maria Della Costa, TMDC. Senhora, baseado em José de Alencar, mais uma direção de Osmar Rodrigues Cruz para o Teatro Popular do Sesi, TPS, tem sua estreia em 1971. No mesmo ano, é a criadora das elogiadas indumentárias de Abelardo e Heloisa, de Ronald Millar, direção de Flávio Rangel, que destaca Miriam Mehler e Perry Salles como protagonistas. Uma nova grande produção a requisita no ano seguinte: A Capital Federal, de Artur Azevedo, outra encenação de Flávio Rangel.

Afastada durante alguns anos, volta em 1978 no espetáculo de dança de Ruth Rachou, Isadora, Ventos e Vagas. No mesmo ano, cria os figurinos para As Malandragens de Escapino, de Molière, numa direção de Maurice Vaneau. Em 1985, desenvolve os cenários e figurinos para L'Eventail, de Carlo Goldoni, montada no Teatro Nacional da Bélgica.Nostradamus, de Doc Comparato, com Antonio Fagundes no papel-título e direção de Antônio Abujamra para a Companhia Estável de Repertório, CER é outra oportunidade de ela exibir seu talento, em 1986. Na nova produção da companhia Fragmentos de Um Discurso Amoroso, inspirada em Roland Barthes e com encenação de Ulysses Cruz, cria os cenários e figurinos, em 1988. Para o espetáculo de José Possi Neto, Cabaret, de Jorge Masteroff, em 1989, é a autora dos cenários e figurinos. No TPS, desenvolve os figurinos de O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, sob a direção de Antônio Abujamra, 1994. Retorna a Bélgica, em meados dos anos 90, juntamente com Tulio Costa, que falece pouco tempo depois.

Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/...