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Negra rezando com terço

pintura
Dimensões: 
33,7 x 29,5 cm
óleo sobre madeira
popular
Coleção: 
Museu Paulista

Coleção Elisiario Dupas

Doação Juacy Aparecida Trindade Dupas

IC 19703

Informa a doadora que a retratada era conhecida como “Vovó do Pito” e costumava ficar no Largo do Paysandu, em São Paulo, Capital.

O site do Palmeiras revelou a sua história:

Vovó do Pito era o apelido de Adelaide Antônia das Dores. Era escrava e nasceu em Sorocaba em 1822. Ainda jovem, adquiriu a alforria e se mudou para São Paulo, onde casou-se aos 20 anos e teve dois filhos. Seu marido foi enviado à Guerra do Paraguai (1864-1870) e morreu em combate. Para garantir o próprio sustento, Adelaide trabalhou para famílias da elite.

Segundo o jornal “Correio Paulistano”, ela era “uma pessoa adorável, sendo estimada por toda a sociedade paulistana, principalmente entre a classe acadêmica, em particular os alunos de direito da Faculdade do Largo do São Francisco, onde sua figura estava sempre presente nas festas organizadas pelo grêmio estudantil”.

Era uma personagem tão conhecida na emergente metrópole da década de 1920 que o pintor belga Adrien Henri Vital van Emelen (1868-1943), recém-chegado ao Brasil, retratou Adelaide em duas telas: “Negra com chapéu e cachimbo” e “Negra rezando com terço.

Vovó do Pito tinha 91 anos quando o Palestra Itália foi fundado, em 1914. De acordo com o “Correio Paulistano”, era uma “amante do futebol” e “devotava grande apego ao clube”, do qual se declarava “extremada partidária, não faltando jamais às suas partidas”.

Morreu no dia 21 de novembro de 1934, aos 111 anos, dois meses depois de ver o time do coração conquistar o único tricampeonato paulista de sua história. Compareceram ao enterro, no Cemitério do Araçá, amigos, estudantes, jornalistas e, claro, associados do Palestra Itália.