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Van Cauter Colette (1870-1930)
"A irmã Lambertine pode, sem dúvida, ser rotulada como a padre Damião feminina”, diz o historiador local Dirk D'Haese, de Lede. Ela nasceu como Colette Van Cauter em 10 de abril de 1870 em Lede, Flandres Oriental, e morreu em Antuérpia em 26 de junho de 1930. Seguindo o exemplo de sua irmã Marie, que era onze anos mais velha, Colette foi para um internato em Gijzegem após a escola primária, onde a educação era em grande parte na língua francesa. Aos 24 anos, Van Cauter foi aceito como postulante na congregação de Gijzegem. Seguiu a formação na escola normal para ser professora, paralelamente à formação no noviciado. Em 21 de maio de 1895, ela fez seus votos sob o nome de Irmã Lambertine.
O ano seguinte, no dia 10 de maio de 1896, ela partiu com 06 outras irmãs da congregação São Vicente à Paulo, de Gijzegem, Bélgica, rumo à Olinda, PE, Brasil, aonde chegaram em junho de 1896.
“Depois de entrar no mosteiro São Vicente em Gijzegem, ela trabalhou 25 anos em orfanatos infestados de lepra em São Paulo, Brasil. Cerca de dez anos depois de sua chegada, ela própria contraiu a doença que matou também o padre Damião. No entanto, ela continuou a trabalhar incansavelmente durante os próximos quinze anos pelos mais vulneráveis da sociedade brasileira, até pouco antes de sua morte.”
Dirk D'Haese
Irmã Lambertine nunca negaria sua origem camponesa. Ao construir uma igreja no pequeno mosteiro em sua primeira residência brasileira Olinda, ela colaborou efetivamente no transporte de pedras e na construção de paredes. À noite, junto com os mais velhos, ela mantinha uma horta bastante grande.
Em meio de 1898 as irmãs mudaram para o recém-inaugurado mosteiro Casa Pia em São Paulo, um orfanato para órfãos abandonados e menos afortunados. Havia também uma escola para crianças internas e externas. Aqui ela ensinou e cuidou de crianças doentes, incluindo leprosos. Por volta de 1914 ela também se tornou superiora aqui.
Em setembro e outubro de 1920, o rei belga Albert I, a rainha Elisabeth e o príncipe herdeiro Leopoldo acompanharam uma extensa missão comercial ao Brasil. Como superiora da Casa Pia, Ir. Lambertine as encontrou no Rio de Janeiro. Na ocasião da visita da Rainha na Casa Pia, no dia 6 de outubro, houve outro encontro pessoal e discreto.
Após, ela foi enviada de volta à Bélgica no fim do ano 1920 para se recuperar da lepra e em 1922 ela foi internada no Hospital Sint-Elisabeth em Antuérpia, onde o declínio continuou e ela finalmente sucumbiu à doença em 26 de junho de 1930.
Após sua morte, a cidade de Lede decidiu nomear uma rua com seu nome: Zuster Lambertinestraat.
Dirk D'Haese escreveu o livro "Engel in Nood" sobre sua vida (2020, 54 blz., 32x30cm), baseando-se nas centenas de cartas que Colette Van Couter escreveu, guardadas no arquivo do mosteiro de Gijsegem. Assim sabemos que como responsável da Casa Pia em São Paulo, irmã Lambertine, tinha contatos com outros religiosos belgas, entre eles o cônego Premonstratenses Van Tongel e H. Evers, de Pirapora (SP).
Fontes:
- Email Dirk Van Lierde, dezembro 2022
- Livro Engel in nood : Zuster Lambertine 150 jaar / Dirk D'Haese en Dirk Praet. - Lede, 2020. - 56 p.
- Wikipedia
- Kerk & Leven, 21 april 2020.
Foto:
De Dirk D'Haese - Eigen werk, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/...
Irmã Lambertine é descrita em detalhes, nas páginas 36 até 47, no livro "Raízes belgas, trajetórias brasileiras: Oito mulheres belgas e suas jornadas no Brasil"