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Colpaert, Florimond (1845 - 1939)

, Gent -
Colpaert Florimond
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Florimond Colpaert nasceu no dia 10 de agosto de 1845 na cidade de Gent, na Bélgica. Lá casou-se com a holandesa Hubertine Luize Vanderloeff. O casal tinha 4 filhos, Alfred (24/9/1869), Emilia (18/12/1872), Bertha (20/10/1876) e Maurice. Estamos sem notícias sobre aonde ele formou-se como arquiteto. A família chegou provavelmente junto com seus filhos em outubro de 1890 com o vapor Desterro via Santos em São Paulo.

Ele atuou na cidade de São Paulo. O Estado de São Paulo (13/02/1895 p. 2) mencionou ele com "empreiteiro do ladrilhamento da Capella do Cemitério da Consolação". O nome dele aparece no "Almanak do Estado de São Paulo 1897". Na p. 100, ele é mencionado como desenhista-auxiliar da Câmera Municipal e na p. 113 no capítulo "Architectos, constructores e engenheiros" com endereço Alameda Barão de Limeira 41. No jornal Correio Paulistano aparecem nos anos 1900-1910 muitos anúncios da empresa "Cooperativa Predial" de construções civis com diretor-gerente Jean L. Salvador e diretor-técnico Florimond Colpaert e escritório na Rua de São Bento, 26A

Fizemos uma pesquisa no Acervo Histórico da cidade de São Paulo aonde parte das obras particulares de arquitetura - principalmente do período 1907 até 1923 - foram cadastradas num banco de dados. Achamos 24 obras neste banco. Algumas informam o endereço do arquiteto Colpaert: Rua das Palmeiras 207. É difícil saber se estes prédios ainda estão em pé. De um lado, os nomes de algumas ruas mudam, de outro lado muitos prédios receberam um outro número. A nossa pesquisa até agora não deu nenhum resultado positivo. Esperamos que os visitantes deste site podemos nos ajudar ao respeito.

  1. 21/01/1907 - Rua Alfredo Maia, Lotes 3 & 4 - Regoli Pelluchi e Lesi Lante (OP 15)
  2. 27/03/1907 - Rua Lopes de Oliveira 29A - Florimond Colpaert & Baldin Geovani (OP 24)
  3. 05/01/1909 - Av. Brigadeiro Luiz Antonio 174 & 176 (Caixa 57) - provavelmente demolido com a construção do Viaduto Brigadeiro
  4. 30/09/1909 - Ladeira Porto Geral 15B - Luiz Fava (Caixa 71)
  5. 19/11/1912 - Rua João Bohemer 11 & 13 (Brás) - Hermann Friederichs (OP 182)
  6. 25/11/1912 - Rua Caiuby 2 (Alto das Perdiz) - José Fernandes (OP 166)
  7. 29/11/1912 - Rua Caiuby 6 (Alto das Perdiz) - João Baptista Goes - Oficina Marcenaria (OP 166)
  8. 14/01/1913 e 07/02/1913 - (a planta informa Alameida dos Andrades 22 & 24) - Stefani Scatena (OP 210)
  9. 26/02/1913 - Rua Bella Cintra 160 & 162 - Dr. Marcilio D. Silveira da Motta (OP 215)
  10. 05/04/1913 - Rua Anna Nery 149 - Biola c'Amosso - Fábrica textil à vapor -(OP 228)
  11. 08/04/1913 - Rua João Cesário 14 - Matriz N.S. da Penha (reforma cosinha) (OP 240)
  12. 09/04/1913 - Rua Albion 20 & 22 - João Baptista Goes (OP 208)
  13. 09/04/1913 - Rua Nove 60 - João Baptista Goes (OP 249)
  14. 16/04/1913 - Rua Raphael de Barros 16 - Antonio Consalves Junior (OP 253)
  15. 17/04/1913 - Rua Barra Funda 62 (a planta informa Rua Lopes de Oliveira esquina Rua Barra Funda) - Alberto Gragnani - Cinema Marconi Theatre (OP 214)
  16. 06/06/1913 (a planta informa Travesa 2) Vila Poméia / Água Branca - José Carreio de Medeiros (OP 259)
  17. 23/06/1913 - Rua Vergueiro 487 - Bento José Gonzaga Franco (OP 264) - provavelmente demolido com a construção do Hospital do Servidor Público Municipal
  18. 23/08/1913 - Rua Cardoso de Almeida 92 - Florimond Colpaert (OP 220)
  19. 11/09/1913 - Rua Martha 16 (&18) - Leonardo Sannaioto (OP 246)
  20. 28/09/1913 - Rua Vergueira [477 ou 411] - Fortunata Oliveira (OP 259) - provavelmente demolido com a construção do Hospital do Servidor Público Municipal
  21. 28/01/1914 - Av. Lins de Vasconcelos 107 - Manoel Felicissimo Gomeiro (OP 315)
  22. 01/07/1914 - Rua João Ramalho n/c (a planta informa esquina Rua Dr. Franco da Rocha) - Custodio Pedro (OP 311)
  23. 18/08/1914 - Rua do Bosque 186 A - Luiz Guarido (OP 277)
  24. 12/09/1914 - (a planta informa Rua Tuareassu - frente Antártica) - José de Campos Botelho (OP 338)

Colpaert era também o arquiteto do Mercado de Peixes em 1888, no terreno contíguo à antiga Ilha dos Amores. (Fonte "Estratégias de sobrevivência de escravas, forras, libertas e brancas pobres na São Paulo de fins do Império 1871-1889" / Emilene Ceará Barboza - dissertação USP 2012 - p. 34).

Em 1895, Florimond Colpaert, era envolvida nas obras da cadeia da Vila do Jambeiro. A camará municipal da Vila do Jambeiro, comunicou no Diário Oficial de 26 de março de 1895 (p. 13105) que o arquitecto Florimond Colpaert, contratante das obras da cadeia da referida vila, abandonou as mesmas obras, retirando-se da localidade.

Achamos também a noticia seguinte : “Manancial – O córrego, hoje encanado, que, por uma simples bica de taquaraçu, feita em 1870, no pasto da casa da Padroeira, abastecia a populaçãozinha, da ponte do Capivari para cima, permaneceu até 1875, quando se reuniram em camaradagem Francisco Luiz Barreto, Benedicto Antonio de Moraes, João Felipe de Sant’Anna, João Manoel, Benedicto Pereira Pinto (Formiga) e Manoel Celestino, e tiraram a pequena água pela frente da casa do Dito Celestino. Não tendo esse trabalho dado bom resultado, em vista de não terem ladrilhado o rego, voltou o regato para o antigo lugar. Em 23 de janeiro de 1883, Manoel Lopes (Português) e ainda Benedicto Antonio de Moraes, João Felipe de Sant’Anna e outros, reformaram o antigo rego d’água, ladrilhando de tijolos e cal. Essa mudança de água permaneceu até 1894, época em que a Câmara, em 10 de dezembro, contratou Florimond Colpaert para encanar o pequeno regato, e que o fez, não produzindo esse serviço bom resultado.

No dia 16 de janeiro de 1906 Florimond Colpaert publicou um aviso no jornal Correio Paulistano informando que ele se muda para Rio de Janeiro ao serviço da sua profissão. Há duvidas se acontecerá a mudança. A esposa de Florimond, Hubertine Luize Vanderloeff, faleceu no dia 27 de setembro de 1914 em São Paulo como informa o Correio Paulistano do dia seguinte, confirmando o endereço de Rua das Palmeiras 207 e informando que o filho Ricardo Colpaert era subprefeito de Cosmópolis e Alfredo agrimensor. E o nome de Florimond Colpaert, com endereço Rua Marques de Itu 35, aparece na lista "Belges notables résidant actuellement au Brésil", preparado pelo cônsul Robyns de Schneidauer na ocassião da visita dos Reis belgas ao Brasil em 1920. No mesmo endereço morava também Adolphe Colpaert. Lá consta que Florimond trabalhou como contador no Banco Italo-Belge e seu filho Alfred como arquiteto. 

O falecimento de Florimond Colpaert foi anunciado indiretamente no dia 23/06/1939 no jornal Estado de São Paulo, aonde a página 10 informa "A família do saudoso Florimond Colpaert agradece as manifestações de pesar recebidas e convida seus parentes e amigos a assistirem á missa do 30 dia, á realizar-se amanha, á 8 e ½ horas na igreja de São Francisco." O arquiteto Renato Siqueira que fiz a restauração do Casarão Alfredo Prates nós informou que Florimond faleceu em São Paulo na data de 24 de maio de 1939.

Pesquisa e texto: Marc Storms

Fontes :

  • email Renato Siqueira dd 02 de abril de 2016
  • Arquivo do Consulado da Bélgica em São Paulo
  • Arquivo do Palácio Royal em Bruxelas