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Hostyn Louis

Sobrenome: 
Hostyn
Sobrenome alternativo: 

Hostin, Hostijn, Hostyns, Hostins, Augustin, Agostinho, Austin, Ostyn. 

Nome: 
Louis
Data nascimento: 
zondag, 2 februari, 1817
Nascido em: 
Wingene
BE
Resido em: 
Wingene
BE
Profissão: 
Agricultor
Data obito: 
maandag, 13 mei, 1867
Travesia
Barco: 
Adèle, 30.05.1846
Idade momento do embarque: 
29
Chegou com família: 
não
N° de pessoas: 
1
Voltou para a Bélgica: 
não

Na estatística de 1850-1851 da Colônia Itajaí-Grande, da qual na época Ilhota fez parte e que incluía também Gaspar e Blumenau, apareceu o nome de Hostin Louis, casado, 1 filho e 1 filha ou 4 pessoas na família. A atividade do seu estabelecimento era a elaboração de mandioca e cana. Ele tinha 1 engenho de cana, 4 vacas e 4 bois.

Observação: 

Hostyn Louis, solteiro, viajou com seu irmão Hostyn Felix em 1846 com o barco Adèle, de Antuérpia, Bélgica rumo à Santa Catarina, Brasil, com outros migrantes belgas.

Assinou, junto com outros colonos belgas, o documento elaborado pelo diretor da Colônia, Joseph Philippe Fontaine em 1847, que comprava o recebimento dos mantimentos e alimentos necessários para subsistência dos mesmos como acordava o contrato. (Fonte Paulo Rogerio Maes p. 60-61 + 74-75)

Casou-se no Brasil, em Itajaí-SC, com Marie Christine De VreeseBaseado em informações de Gustavo Henrique de Almeida Pedroso.

Hostijn Louis certidão de nascimento

 

Ele faleceu no dia 13 de maio de 1867. Na margem do registro do seu óbito está escrita "Morreu pela explosão d'um vaz de pólvora que destruiu a casa". Alguns meses depois, no dia 9 de setembro de 1867 faleceu seu filho Agosto com apenas 8 anos. Provavelmente, vitimo do mesmo acidente. Se houve acidente e não foi um atentado. Pois no dia 22 de fevereiro de 1867, Luiz escreveu uma carta ao Senhor Consul da Bélgica residente em Santa Catarina, pedindo proteção e as providências necessárias contra uma pessoa que intrusiou seus terrenos.

Ilustríssimo Senhor Consul da Bélgica

Itajaí 22 de fevereiro de 1867

Tenho a honra de participar a V.S. para me fazer a justiça, que costuma fazer sempre para com seus súbditos, pois sendo colono do Cavalheiro Van Lede, e tendo este me entregado uma data de terras demarcadas, acontece que agora apresenta-se la em meus cultivados um intruso, que não é colono, roçando e estragando meus arvoredos ocorrendo mais que eu fui um dos colonos que cumpri com o trato, e nada devo nem me foi pedido e portanto espero na alta proteção de V.S. que dará as providencias que julgar necessárias a tal respeito, Acolhendo esse intruso para não continuar a trabalhar nos ditos terrenos, pois eu sou casado e tenho numeras a família para sustentar e estou esperando as providencias pedidas, o indivíduo chama-se Antº de [Cleiti].

De V.ª  S.ª  att.º [V. das  e C.]

Luiz Hostin.

(Transcrição da carta por Scheila Marques Petri, descendente do Louis Hostyn. Em [ ] as palavras illegíveis. Depois da transcrição foram feitas correções de português e nomes. O original da carta encontra-se no arquivo municipal da cidade de Bruges, Bélgica.)

A descoberta para Sra. Brigitte Brandenburg, que se dedicava à pesquisa e divulgação de notícias dos periódicos em alemão disponíveis no AHJ (arquivo histórico de Joinville), de uma notícia na Kolonie Zeitung, pg. 99 - 22/06/1867- nr. 27 - ano 5, deixa clara que foi um acidente:

 

Na noite do dia 21 de maio (1867) uma casa explodiu na Colonia Belga do Itajaí grande, a qual abrigava um comércio pertencente ao belga Luis Austin. O próprio Austin, proprietário, iniciou essa enorme imprudência ao acender o seu cachimbo sobre uma barrica aberta de pólvora. Uma centelha inflamou a pólvora e sua explosão destruiu toda a casa. Oito pessoas ficaram mais ou menos gravemente feridas; Austin, entre todos estes, foi o que teve o pior destino; ele foi totalmente queimado e faleceu poucas horas após. A sua esposa correu para o seu filho (criança) doente, cuja cama já estava em chamas; ela conseguiu salvá-lo, mas foi ferida principalmente na cabeça por caibros que desabaram, enquanto a criança sofreu apenas queimaduras leves. Todos os demais presentes sofreram queimaduras mais ou menos graves, também devido às barricas de aguardente que se romperam com a explosão, tendo o líquido contribuído para o alastramento e aumento do poder das chamas. O fogo e o desabamento dos caibros já seriam suficientes para acabar com a vida de todos na casa; mas a mão piedosa de Deus esteve presente para proteger a vida das pessoas, e aqueles que aceitaram receber os devidos cuidados médicos estão se restabelecendo francamente; no entanto, um deles, que tinha mais confiança em curandeirismo (o brasileiro Joaquim Lopes), faleceu.  O belga Maeben foi atirado para fora da casa e sofreu grande ferimento na cabeça, embora não sofra o risco de perder a vida. A construção, com todos os seus utensílios, foi totalmente destruída pelas chamas, mas a casa de morada anexa foi parcialmente poupada.

Repare que o sobrenome Hostyn foi escrito como Austin. Observação da Scheyla: a matéria fala que o acidente aconteceu no dia 21 de maio e a certidão de óbito está como dia 13 de maio.

Os Maes tinham uma relação muito forte com os Hostyn. Louis e Felix tinham uma filha chamada Rosa e essas Rosas se casaram com um Maes. Ou nas palavras de um descendente Hostin: 

os imigrantes belgas da família Maes ao chegarem no Vale do Itajaí, se encantaram com a natureza, e dois deles se apaixonaram pelas rosas da espécie Hostyn 

Descendentes: 

Rosa Hostyn (1861 – 1900), filha de Louis Hostin, casou-se com Isidoro Maes (1857 Itajaí - 1940), neto de Eugene Maes.

Dom Daniel Henrique Hostin, neto de Louis Hostin, nascido Henrique Paulo Hostin O.F.M. (Gaspar, 2 de abril de 1890 — Lages, 17 de novembro de 1973), foi um bispo católico brasileiro. Na Praça João Ribeiro em Lages encontra-se um busto de homenagem a ele, o primeiro bispo Diocesano em Lages.

A neta Lydia Hostin, filha de Luis Hostins junior casada com Maria Van der Gocht, casou-se em Gaspar, SC, no dia 28 de maio de 1904, com Alidorus De Sutter, filho do imigrante belga Henri De Sutter.

Fonte dos nomes e sobrenomes

Encontramos grafias diferentes do nome e sobrenome dos emigrantes. Para os registros individuais das famílias neste site, usamos como principal entrada, as seguintes fontes para os imigrantes que chegaram com o barco:

  • "Jan Van Eyck" em 1844: o documento "État nominatif des colons embarqués à Bruges, à bord du Brick Belge Jean Van Eijck, en destination pour la Province de Ste Catherine du Brésil" guardado no Arquivo Municipal da cidade de Bruges, no departamento Arquivo Moderno - VIIa Sûreté Publique, 1844 
  • "Adèle" em 1846: o documento "Liste des personnes à qui il a été délivré des passeports gratuitement, en exécution de la Circulaire de Mr. l'Administrateur de la Sûreté publique en dâte du 2 Mai 1846, Cabinet, N° 45225 - Ville d'Anvers" guardado no Arquivo Nacional em Bruxelas, no setor 269 Émigration au Brésil. 1843-1888. Ministère de la Justice. Sûreté publique (ou Sûreté de l'Etat). Police des Etrangers, 1840-1994

Bibliografia

livros

  • Charles Van Lede e a colonização belga em S. Catarina / Carlos Ficker. - Blumenau, 1972.
  • Colonização Flamenga em Santa Catarina - Ilhota / Paulo Rogério Maes. - 2005.
  • Movidos pela esperança: A história centenária de Ilhota / Viviane dos Santos e Elaine Cristina de Souza. - S&T Editores, 2006.
  • La colonie belga au sein de la Sainte-Catherine du Brésil Impérial : Diplomatie, commerce et contrabande (1841 - 1847) / Natalia da Silva Pereira. - Dissertação ULB - Master en Histoire Contemporaine, 2013-2014

artigos

  • Sainte-Catherine du Brésil, Etablissement belge / Ch. Maroy no Bulletin d'études et d'informations de l'Ecole supérieure de commerce St-Ignace. Anvers, avril 1932, 31 p.
  • 3.3. Colônia belga p. 110-113 em A colonização de Santa Catarina / Walter Fernando Piazza. - Porto Alegre: Editora Pallotti, 1982.
  • Ilhota: Tempos e contratempos de uma colônia belga / Maria do Carmo Ramos Krieger Goulart p. 153-156 na revista Blumenau em cadernos 1982 – 5  (maio 1982) 
  • VII. Santa Catarina do Brasil (1842 - 1875) p. 119-137 em Dos Açores ao Zaire: Todas as colônias belgas nos seis continentes. O surgimento, a História, a comunicação / Patrick Maselis. - Roeselare: Roularta Books, 2005.
  • CHAPTER 5 - SANTA CATARINA p. 138 – 155 Early Belgian colonial efforts: The long and fateful shadow of & Leopold I / Robert Raymond Ansiaux. Presented to the Faculty of the Graduate School of The University of Texas at Arlington in Partial Fulfillment of the Requirements for the Degree of DOCTOR OF PHILOSOPHY. - THE UNIVERSITY OF TEXAS AT ARLINGTON, December 2006
  • Sainte-Cathérine du Brésil ou os belgas em Santa Catarina / Eddy Stols p. 22-26 em Brasil e Bélgica: Cinco séculos de conexões e interações. - São Paulo: Narrativa Um, 2014.
  • Ilhota, een Belgische kolonie aan de Itajahi-Grande/ Raymond Arren em Spaenhiers Jaarboek 2010.
  • Een Brugse kolonie in Brazilië: ‘Adieu, Vlaenderen en Braband. Wy gaen nae ’t luy Lekkerland…’Bart Demuynck p. 151-162 em Brugs Ommeland: driemaandelijks tijdschrift, 55ste jaargang, nummer 3, september 2015.